Imaginem um futuro próximo em que a Terra está à beira do colapso: o progresso estagnou por completo, as pessoas foram obrigadas a voltar à agricultura mas ainda assim as culturas não vingam, pelo que a comida começa a escassear. O ar está cada vez mais irrespirável e há que olhar para o espaço como uma alternativa viável para assegurar a sobrevivência da espécie.
É este o mote de Interstellar, o mais recente filme de Christopher Nolan. Um épico nascido e crescido no universo da ficção científica mas que vai muito além do sci-fi clássico (à base de extraterrestres, explosões e feixes de luz): as interpretações (encabeçadas pela de Matthew McConaughey, de quem não gosto particularmente mas que se tem revelado um dos melhores actores da actualidade) são fabulosas, o elenco cinco estrelas, a fotografia irrepreensível, a banda sonora de Hans Zimmer absolutamente genial e a realização brilhante ao conjugar todos estes factores sob a forma de uma verdadeira obra de arte que não deixará ninguém indiferente.
A cereja no topo do bolo? O facto de o argumento puxar pela nossa cabeça ao mesmo tempo que toca o nosso coração, num equilíbrio frágil mas genialmente bem conseguido por Nolan, que no decorrer de 169 minutos de pura adrenalina nos mostra o quão relativos podem ser o tempo e o espaço, sobretudo quando comparados com a força do... amor. Sem um milésimo de pieguice ou um frame sequer a puxar para o kitsch. É obra.
A não perder mesmo.
2 comentários:
Estou desejosa de ver esse filme :-)
Já o vi! Também gostei muito! Um dos melhores do ano!
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