quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Noddy


Quando for grande, quero ser o Noddy. Quero morar na Cidade dos Brinquedos, ter casa própria, carro descapotável, avião particular, milhões de amigos e absolutamente nada para fazer excepto andar com eles de um lado para o outro.

Quero ir à banca da Dina comprar tudo e mais alguma coisa por meia dúzia de tostões, quero comer gelados sem engordar na geladaria da Gata Rosa, quero arranjar o meu carro à borla na oficina do Sr. Faísca e quero ter um amigo na polícia. Quero que os piores vilões do mundo se chamem Sonso e Mafarrico e que o meu maior pesadelo seja roubarem flores do meu jardim. E quero que todos abram alas para eu passar.

Nem que para isso tenha que me transformar num Pinóquio da Malveira...

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Querido, Mudei... Tudo!

Ultimamente, tenho vindo a desenvolver uma estranha obsessão por tudo quanto é programas de mudanças de visual. Não perco nem um e só não gravo porque o neurónio que me resta não é capaz de programar o vídeo.

Sonho com nada mais nada menos que uma intervenção cirurgíca multifacetada, tipo baralha-tudo-e-volta-a-dar, que me torne infinitamente mais gira (não é difícil, eu sei), imune aos efeitos da gravidade (aqui já é capaz de ser mais complicado) e sem qualquer necessidade de manutenção (pareceu-me ouvir o despertador).

Sonho com uma porta que dê directamente para o Nip Tuck e com o Sean McNamara e o Christian Troy a trabalharem para mim a tempo inteiro. Até parece que estou a vê-los, de marcador em riste, a fazer todos aqueles riscos nos sítios onde vão cortar. E eu a parecer-me perigosamente com um tabuleiro da batalha naval. E eles a colocarem-me um carimbo na testa a dizer "matéria-prima deficiente", enquanto viram costas e vão beber uns copos...


terça-feira, 28 de agosto de 2007

Neurónio(s)


É impressionante a velocidade à qual estou a perder as (poucas) capacidades mentais que me restam.

Ainda há pouco tempo, tinha dois neurónios na cabeça, a jogar pingue-pongue. De há três meses para cá, resta-me apenas um, que não tem outro remédio senão jogar solitaire - e mal.

Ainda têm a lata de dizer que a maternidade torna as mulheres mais inteligentes... A mim, transformou-me no Homer Simpson.

sábado, 25 de agosto de 2007

Jack Bauer

Quem me conhece sabe que não iria demorar muito até falar sobre Jack Bauer. Aliás, até devem ter estranhado o (curto) silêncio acerca deste tema que me é tão querido. Sim, porque a minha vida sem Jack Bauer seria completamente diferente. Para pior, é claro. Sem ele, de certeza absoluta que alguém da minha família já teria sido raptado por terroristas ou sucumbido na sequência de um atentado. Sim, porque se o planeta Terra ainda mexe e a Humanidade ainda cá anda, a ele se deve. As pessoas (excluindo alguns iluminados que são os fãs do 24) é que não sabem. Nem têm nada que saber, que agente secreto que se preza não anda por aí à vista de toda a gente.

A falta de gratidão para com os actos heróicos de Jack Bauer chega ao ponto da Sábado ter publicado um artigo em que questionava os métodos utilizados pela CIA nos interrogatórios a terroristas, comparando-os aos de Jack. Imagine-se a infâmia! O que são, afinal, algumas dorzitas inflingidas quimicamente, uns olhos retirados à facada, um ou outro membro decepado à bruta, comparados com esse bem maior que é a paz no Mundo?! Vê-se mesmo que esta gente não tem ideia de que, se ainda respira, é graças a Jack.

E porque a natureza ultra-secreta deste assunto não permite alongar-me mais (a não ser através de uma linha segura e recorrendo a linguagem encriptada), resta-me apenas agradecer, em nome da raça humana, a existência deste homem. E, já agora, dar-lhe um conselho de amiga: que nunca mas NUNCA tire o colete à prova de bala; é que, sem ele, parece-se perigosamente com um simples mortal de pijama.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Aldeia da Roupa (Pouco) Branca

Devia haver uma espécie de apoio governamental para tratar das pilhas e pilhas de roupa suja resultantes das férias de Verão. No caso de famílias com filhos e empregadas desaparecidas em combate, quais personagens do Sem Rasto (como é o meu caso), esse apoio devia vir sob a forma do Euromilhões e da visita prolongada de uma equipa tipo Querido Mudei a Casa, versão empregada doméstica.

Ela (a roupa) está por todo o lado. Para onde quer que olhe, ela está lá. Prestes a entrar na máquina, dentro da máquina, a caminho do estendal, à espera de ser apanhada, a caminho do ferro de engomar, com nódoas, sem nódoas, para lavar à mão. Não há como ignorá-la. A minha costela (outrora inexistente) de dona de casa está a crescer tão exponencialmente que sonho com uma enorme lavandaria na cave, à americana, para onde possa atirá-la toda e fingir que não existe.

A coisa está de tal maneira que me tornei sensível a anúncios de detergentes: aqueles em que sopeiras espanholas dobradas em português prometem remoção de nódoas sem esforço e brancos imaculados. Chego a hesitar entre os aromas sabão natural e brisa marítima. Compro TUDO, ao ponto da equipa do CSI já quase não caber na despensa.

Face a esta dura realidade, gostaria de pensar em mim como uma dona de casa cool, gira e cheia de estilo, como as da série. Mas a verdade é que o espelho não me devolve mais que uma Beatriz Costa contemporânea, mas para pior: é que a minha roupa, mesmo lavada à máquina, teima em não ficar branca. E ela ainda conseguia cantar que se fartava e aparar a franja...


quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Dona de Casa Desesperada

É oficial: estou a ficar demente. Meses de clausura forçada, passada a mudar fraldas e a dar de mamar de cinco em cinco minutos, mal vestida, desgrenhada e esfomeada, NUNCA MAS NUNCA podem ser misturados com maratonas de séries e mais séries. Garanto-vos que o resultado não pode ser bom. Se não, vejam:

Estou a ficar hipocondríaca – a minha dose diária de dois episódios do ER faz-me ver doenças em todo o lado. Agora, ninguém pode espirrar ou tossir cá em casa, que acho logo que padece de uma doença rara, incurável e difícil de pronunciar, com um mínimo de oito sílabas e dez sintomas dramáticos (sempre encabeçados por convulsões). Sonho com uma porta que dê directamente para o ER, com um estetoscópio ao pescoço (como se eu soubesse usá-lo) e com o Dr. John Carter (que eu adoro!) de banco dentro do meu roupeiro.

Para além disso, passo a vida com a convicção de que tenho criminosos em casa. De tanto ver CSI’s, acho um milagre ainda ninguém me ter assassinado. Ainda por cima tenho uma vizinha do lado nova, cujos barulhos parecem vindos cá de dentro, o que como podem imaginar não ajuda nada. O meu único consolo, na ausência de um departamento de criminologia só para mim, instalado na despensa, é viver ao lado de uma esquadra. O que mesmo assim é um fraco sucedâneo do dito departamento de criminologia, já que aposto que não fazem análises de ADN na hora. E por falar nisso, alguém devia fazer um teste de ADN ao Horatio Crane do CSI Miami, que ninguém me tira que não passa do Vítor Espadinha ruivo.

Como se tudo isto não bastasse, começo a pensar que os vampiros de facto existem: o consumo esporádico de uma série adolescente de escalão Z chamada Angel, em que o mundo se divide em humanos (poucos), vampiros e demónios, conjugado com a voracidade de baby C., conduz-me a delírios nos quais ela é um pequeno vampiro amoroso, cor-de-rosa e cheio de folhos… mais ainda assim um vampiro, que me há-de sugar aos poucos e deixar mirrada num qualquer canto da casa, qual múmia. Se ao menos tivesse a tal equipa do CSI na despensa ou o John Carter no roupeiro, aposto como isto já não acontecia.

E dizem vocês: então, pára de ver essas séries todas!!! E eu respondo: como, se passo a vida sentada de maminha de fora???!!!

Porque...


Porque a minha vida dava uma série de televisão, aqui partilho alguns dos argumentos com que me vou deparando no dia-a-dia...