Estou completamente estupefacta com a história de capa da Lux desta semana. Para quem não está a par, parece que a cantora Adelaide Ferreira não só deixou a filha de quinze anos ir viver para o Brasil (onde vive com um namorado de 21) como, ao saber que ela estava grávida, a incentivou a fazer um aborto com uns comprimidos comprados na internet - e a obrigou a mentir sobre o seu envolvimento no esquema quando a rapariga teve uma hemorragia e foi parar ao hospital, onde foi presa (o aborto é ilegal no Brasil).
Mais do que a gravidez ou o aborto, choca-me a alienação TOTAL demonstrada por esta COISA que diz ser Mãe da rapariga - relativamente à sua formação, à sua educação, ao seu acompanhamento; a quase ausência do Pai, que para além de só ter sabido da existência da filha quando ela tinha seis meses, "uma vez que foi emigrante durante vários anos, (..) mantém uma relação distante com a filha" (devo ser burra, não percebi a ligação entre os factos); e a LATA com que a COISA afirma ter ido ao Brasil "salvar" a filha de uma situação por ela criada - ou, pelo menos, incentivada.
A ser verdade (que isto nunca se sabe), a COISA merecia ver o sol aos quadradinhos para o resto da vida. Sendo que, mais do que o risco quase certo de ela sair impune desta história, irrita-me o facto de tantas mulheres quererem ter filhos e não poderem - e de COISAS como esta, sim.