Porque está directamente ligada ao maior de todos os tabus, a eutanásia sempre foi e sempre será um tema envolto em grande polémica. Não só porque ninguém quer morrer, como também porque a morte sempre foi encarada com um "direito" de carácter divino no que respeita à hora da sua chegada.
Mas... e se a vida nos trocar as voltas? E se nos virmos, de um momento para o outro, perante o cenário de uma morte anunciada, dolorosa e inevitável? Nessas circunstâncias, e apenas nessas, não teremos direito a morrer com dignidade?
Como em quase tudo na vida, não existem respostas certas ou erradas a esta questão. Mas depois de conhecer a história de Brittany Maynard, a jovem de 29 anos a quem foi diagnosticado um tumor cerebral maligno - o pior e mais agressivo de todos - e a quem foram dados apenas seis meses de vida, fiquei com a certeza de que era bom termos a hipótese de escolher a forma como, numa situação limite como esta, queremos abandonar este mundo.
Perante o cenário que lhe foi apresentado, Brittany decidiu mudar-se para o Oregon (um dos cinco estados norte-americanos onde a eutanásia é permitida) e morrer no próximo dia 1 de Novembro: em casa, sem dores e rodeada pelo marido, pela Mãe, pelo padrasto e pela melhor amiga.
E quem é que a pode criticar? Eu não. Pela minha parte, resta-me admirar-lhe a coragem (porque é preciso MUITA coragem para pôr termo à vida assim) e desejar que, a partir do mês que vem, ela reencontre a paz que entretanto perdeu.
3 comentários:
Ora: NEM MAIS! Eu concordo contigo. Também esse (o direito a morrer com dignidade) nos deve ser permitido.
Depois de ver o meu irmão a definhar durante 2 anos e ter de morrer após uma paragem respiratória daquelas q só metem terror, só posso concordar que todos temos o direito a morrer quando o desejamos. E que devia ser mais que permitido alguém nos poder ajudar em caso de o próprio já não conseguir.
Sem palavras, Juanna :-(
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