Desde que me lembro de ser gente que odeio gente mascarada - e, consequentemente, o Carnaval. Mascarava-me contrariada, por mera obediência ao calendário escolar, e estava feito. Não havia cá prolongamentos para o fim-de-semana nem nada disso. E mascarava-me sempre de cowboy, que era para ser rápido, prático e indolor - e condizer com o estatuto de maria-rapaz que me acompanhou durante muitos e largos anos.
Os meus filhos são, curiosamente, como eu era: gostam de ir para a escola mascarados na Sexta-Feira que antecede as férias de Carnaval e pronto. Ainda na semana passada, Baby C. esteve doente e faltou nesse dia. Confrontada com a tristeza (relativa) dela, dei por mim a perguntar-lhe se queria compensar no fim-de-semana, juntando-se ao deprimente cortejo de criancinhas mascaradas que se passeiam pela ruas de Lisboa. Olhou para mim com um ar meio perplexo e respondeu-me com um lacónico "não, obrigada".
Ainda assim, percebo tradições como a do Carnaval do Rio, em que história, cultura e condições meteorológicas convergem naquele que é o maior espectáculo (do género) do mundo. Mas importações como as que são feitas cá, com matrafonas pejadas de celulite empoleiradas em carros alegóricos de terceira categoria a fingirem que estão 40º à sombra, não obrigada. Medo.
4 comentários:
Carnaval em ilhavo ou ovar é algo que sociologicamente me fascina, como os serial killers. mas se vejo o criminal minds ou o bones na boa, 30 segundos de cortejo deprimente na TV e vomito
Tadinha da Baby C.! :( Beijinho para ela.
Sem esse parágrafo, de facto, este post podia ser meu!! :D
Beijinho*
Mais que apoioado
Eu não sou fã do Carnaval.
Poucas foram as vezes que me mascarei. Mas quando acontece gosto que seja à séria.
Acho que da mesma forma que ha máscaras deprimentes e sem minimo de bom gosto, há também muita gente que leva o Carnaval a sério e criam personagens muito giras, criativas e com bom gosto!
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