segunda-feira, 9 de junho de 2008

Birras & Afins

Sempre que Baby V. se porta mal, tiramos-lhe um dos seus brinquedos preferidos e colocamo-lo em cima do roupeiro, para que possa vê-lo e lembrar-se do motivo por que o mesmo não está acessível. A única forma de reaver os brinquedos "proibidos" é (obviamente) portando-se muito bem.

Hoje, e ao fim de uma série de dias particularmente "inspirados", posso dizer que o alto do roupeiro está apinhado. E as prateleiras praticamente vazias. E eu exausta.

Por um lado, sei que tudo isto não passa de uma grande chamada de atenção. E de ciúmes da irmã, que logo por azar é um anjo e não parte um prato. E que é "apenas" mais uma fase. Mas a verdade é que, por outro, não consigo deixar de perder a calma. E de castigá-lo. E de me sentir a pior Mãe do mundo.

Educar não é, definitivamente, pêra doce.

15 comentários:

Vespinha disse...

Por muito que custe, acho que é a única solução... para o bem de todos e sobretudo dele.

Cookie disse...

Confesso que não costumo recorrer muito aos castigos. Por norma costuma resultar o "assim a mãe fica triste contigo". Mas nem sei o que será menos mau, porque depois oiço-a dizer a chorar "a minha mãe não é minha amiga", e acho péssimo que ela sinta isso, apesar de eu nunca lho ter dito.
Sinceramente acho que se lhe escondesse um brinquedo ela muito naturalmente brincaria com outro...
Realmente educar não é tarefa fácil...
Mas para isso é que nós somos super-mães!!!

Beijo, e que se ultrapasse depressa esta fase mais dificil de Baby V.
M.

Docinho disse...

Fases e mais fases...

... por aqui os castigos... o "tau tau" e muitas chamadas de atenção não chegam para que a minha paciência não se esgote... e esgota-se... e eu sinto-me assim... péssima por dentro e por fora!

Como te entendo...

Será que há outra maneira? ... náaaaaaaaaa

beijo humpf*****

Anónimo disse...

Mary, daqui a Professora Doutora com cátedra em birras, ou MR. Bagadoo não fosse meu filho.
Educar não é de todo tarefa fácil, aliás, por vezes é de nos levar à loucura.
Acho que já tenho um cantinho muito pequenino à minha espera no Céu. Depois de uma filha santa, "mula" é certo, mas que na vida fez apenas 2 birras, calhou-me em sorte um carro de assalto musculado que fazia 2 birras... por minuto. Como se deve lembrar, Bagadoo lavou o chão de um Restaurante com a língua, aproveitando também para higienizar a sola dos sapatos da mesma forma, percorreu o Colombo de lés a lés a arrastar-se pelo chão, gritou tanto que fez com que fôssemos acompanhados muito de perto por 2 seguranças no Oceanário. Enfim podia passar a noite inteira a relembrar todas asbirras que fez no espaço de 1 mês.
Não há formulas secretas, são eles que nos ensinam a lidar com elas, mas acima de tudo não podemos ceder, mesmo que no auge da crise achemos que não aguentamos mais.
Acho que o Bagadoo ganhou toda a massa muscular, e é muita, à custa do que se contorceu durante as birras.
No fim de tudo adoramo-los com toda a força do nosso ser, são a nossa vida e a razão porque respiramos.
Mas lá que o meu filho é possante lá isso é, ou não fosse o Bagadoo um homem de Freamunde!

Mary disse...

A todas em geral e a Floripes Antunes em particular, que me compreende especialmente bem (sim, porque eu já vi Mr. Bagadoo em acção e até Baby V. se encolhe todo ao pé dele!), muito obrigada pela solidariedade :-)

Educar custa mesmo muito. Termos de manter-nos fortes e irredutíveis, mesmo mediante inúmeros pedidos de desculpa e juras de amor eterno, dói e não é pouco.

Custa-me especialmente ter de "materializar" os castigos, ir para além do "assim a Mãe fica triste contigo" que a Cookie tão bem parece administrar, mas juro que às vezes não é suficiente. Daí tirar-lhe os brinquedos "pufidos", acabar com o canal Panda, com a história ao deitar e por aí fora.

O problema é que isto nunca tinha durado tanto tempo (quase uma semana). E, consequentemente, nunca tinha doído tanto.

Mas como diz a Vespinha, é para bem de todos e sobretudo DELE.

HUMPF*****

Anónimo disse...

Como parte interveniente na educação de baby V., sempre que tenho de recorrer ao(s) castigo(s), não deixo de pensar até onde vão os limites...

Os nossos: não estaremos a abusar na atribuição de castigos, cada vez mais direccionados às coisas de que ele mais gosta, por nos sentirmos cansados e de "cabeça cheia"?

Os dele: até onde é que ele "sente" que estes castigos são para bem dele e a partir de onde é que nos começa a ver como "monstros castradores", levando a que deixe de nos ver como Pais...

O equilibrio é difícil de manter... ora a corda está do lado dele ora está do nosso lado. Como Pais, não a podemos largar nunca; o problema é se são eles a largá-la!

Anónimo disse...

PM,
A nossa função como Pais é ajudá-los a perceber que na vida os limites são-nos impostos e que vamos ter que lidar com muitas contrariedades pela vida fora.
Ao impor limites às birras e ao voluntarismos dos nossos filhos, estamos a ensiná-los a crescer e a perceber que não é o fim do mundo quando não podemos levar a nossa avante.
Prefiro ser eu a ensina-los, da maneira mais amorosa possível, para evitar que um dia venham a descobrir da maneira mais difícil. A vida vai encarregar-se de contraria-los à bruta, ó se vai!
O que eu faço é explicar-lhes sempre o porquê do castigo, e faço-o com a maior sinceridade. Sinto que assim estou construir uma ponte para que a corda nunca quebre. Acima de tudo procuro fazer com que os meus queridos filhos confiem sempre em mim. Até agora acho que não tem corrido mal de todo. Vamos ver se continua assim. Deus queira!

Docinho disse...

Os limites para eles e para nós são cada vez mais difíceis de estabelecer...
A nossa "pouca paciência" é muita e eles sentem isso...
Aqui por casa ralho... barafusto e como a C. tem "feitiozinho" acaba a deitar-me a língua fora... ameaço dar uma palmada... ela... volta a deitar...
Como explico o limite a uma criança de quase 3 anos?... castigo... ela chora, chora. chora... e eu também!

Ainda não entende bem estes castigos... mas sabe que tem de pedir desculpa... de dar "beixinho"... parte-me o coração... mas não posso ficar mole...

Educação começa desde sempre... e já me chega quando ELA me bate!!!... não posso tolerar isso...

Enfim... se alguém tiver o segredo que me envie por mail ok?

beijo baralhado

Mary disse...

Floripes, é exactamente assim que eu penso: daí tentar levar as coisas até ao fim, por mais que me custe. E custa MUITO!!!

Uma vez mais, obrigada pela solidariedade e pela sintonia perfeita (temos de investigar se não fomos separadas à nascença e se uma das nossas mães não foi muito bem enganada)!

Docinho, tocaste em dois pontos fundamentais: quando eles têm a LATA de gozar com a nossa cara (rindo, deitando a língua de fora, etc.) e de tentar... BATER-NOS?! Nestes casos, NÃO HÁ como não castigá-los!!!

Bjs e bom fim-de-semana romântico para as duas :-)

Anónimo disse...

Mary,
De facto acho que temos mesmo que investigar a secção "separados à nascença"!
Mas para seu alívio e de PM, qualquer livro dessas sumidades em crianças referem a idade das birras, que é precisamente aquela qu baby V. está a atravessar.
Isso só significa que já não são tão bebés como nós desejaríamos e que começam a usar a cabeça autonomamente para fazer os seus juizos de valor e tomar as suas próprias decisões. Significa também que tem um homem corajoso em casa, já que desafia a autoridade!
É difícil para todos, nós porque somos invadidos pela saudade da fase em que dependiam TOTALMENTE de nós, e para eles porque muitas vezes nem sabem como lidar com o turbilhão de emoções.
As boas notícias é que baby V. está a crescer saudável, absolutamente saudável e que vocês estão a fazer um óptimo trabalho, já que ele está a passar por todas as fases de crescimento que vão fazer dele um grande homem!
Já no meu caso acho que vou ficar acantonada nesta fase, acho que vou ser perseguida até o meu adorado filho ser adulto... Imaginem lá que Mr. Bagadoo hoje veio ter comigo e disse "A Mãe viu que eu ontem tive quase a fazer birra muitas vezes, não viu? Queria!!!! Bem feita, eu não fiz, tomaaa!"
Ás vezes dou comigo a repetir uma frase que tantas vezes ouvi da boca da minha Mãe (que eu adoro): "os meus filhos quando eram pequeninos eram de se comer. Cresceram e arrependi-me taaannnto de não os ter comido!"
Bem-vindos à montanha russa que é essa experiência maravilhosa de educar filhos e construir uma família!

Mary disse...

Floripes: sim, eu sei que esta é uma fase aparentemente necessária, mas... não haverá pelo menos um botão de fast-forward?!

Se bem que, por outro lado, se aceleramos o processo... eles crescem ainda mais depressa e ficam cada vez mais longe da fase (deliciosa) em que dependiam TOTALMENTE de nós! Que saudades...!

Todo este processo é, de facto, uma montanha russa. Sendo que eu estou no meio do looping. Numa montanha russa japonesa.

Uma vez mais, uma sensação que tão bem conhece :-)

Anónimo disse...

fast-forward = pré-adolescência = eu sei tudo = cara de frete = deixa-me = não percebes nada...

uma coisa te garanto que não muda: continuamos a adorá-los e a convencer-nos de que estamos a fazer o melhor que sabemos e que um dia isso se vai ver...

:)

Cookie disse...

Permitam-me só um desabafo... imaginem agora o desafio que não é educar uma criança quando os pais se separaram, quando há duas casas e duas sensibilidades completamente diferentes com intervenção directa na sua educação.
A minha filha faz algumas birras, e sobretudo está constantemente a tentar entrar no que eu chamo "lutas de poder" comigo. Mas apesar de tudo e dado o contexto acho que não me posso queixar. Vejo tantas crianças, que vivem em lares ditos normais, com os pais juntos, e que se comportam bem pior... O que sinto é que tenho uma responsabilidade acrescida em fazer com que a minha filha cresça como um ser humano equilibrado, consciente dos seus direitos e sobretudo das suas obrigações.

Quanto às birras de baby V., espero que já esteja tudo melhor e que estejam de novo a viver momentos doces como naquela noite em que escreveste o post "de coração cheio"!

Beijo
M.

Caroline disse...

Chego aqui e leio isto...
tenho que admitir que em pequena pedir a mão e tocar com o dedo era o suficiente para lágrimas sentidas rolarem... e o bom comportamento (predominante) se manter!
Hoje não é assim... :(
E hoje ela não foi à viagem de fim de ano... e o que chorei... tenho um aperto tão grande... estive quase para a levar à ´ltima da hora... mas resisti... sei que é o melhor para o futuro... mas detesto causar-lhe este sofrimento no presente :(((

Beijos de mãe com coração partido... tal como tu deves estar!

PS e agora que já passara uns dias... baby V. já resgatou alguns brinquedos? ;o)

Mary disse...

Cookie, podes não acreditar, mas sempre que leio os teus posts sobre a R., penso como deve ser difícil educar uma criança semi-sozinha - e admiro-te imenso por isso!

Mas como dizes e bem, vale muito mais um Pai/Mãe que lhes ensine aquilo que importa que dois que não lhes transmitam valores nenhuns.

De qualquer das formas: MUITOS PARABÉNS pelo excelente trabalho que tens feito :-)

Quanto a Baby V., sim, já está bastante melhor! E já recuperou alguns brinquedos. Mas não todos, que é para não pensar que a vida é fácil!

OBRIGADA A TODOS PELO APOIO :-)