Bullying

A senhora que me arranja as mãos tem, já de si, uma vida difícil. Como se tal não bastasse, um dos filhos, que ainda por cima sofre de uma doença rara, foi vítima de bullying. Começaram por lhe danificar (irremediavelmente) um tímpano, mas não ficaram por aí; continuaram a não lhe dar tréguas, ao ponto de ele ter começado a ter pesadelos todas as noites - e de se ter transformado numa criança aterrorizada.

Até ao dia em que foi espancado e deixado nú no chão da casa-de-banho da escola. A Mãe apresentou uma queixa-crime na polícia, mas fê-lo por descargo de consciência - afinal, ninguém viu nada.

Hoje ele é uma criança feliz numa escola privada que a Mãe mal tem dinheiro para pagar, mas que lhes parece o paraíso. Felizmente, a família interviu a tempo, ao contrário da família do Leandro, que por algum motivo não o fez (ou conseguiu fazer). Tremo só de pensar naquilo por que aquela criança passou - porque uma criança de 12 anos não deveria sequer saber o que é suicídio, quanto mais cometê-lo.

Isto para dizer que nem quero pensar no que poderá acontecer se alguma vez alguém tocar num cabelo dos meus filhos. É que não quero mesmo.