quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Not Izzie

Completamente enternecida com a fotografia da nova família de Katherine Heigl (a Izzie de Grey's Anatomy), que acaba de adoptar uma bebé coreana de dez meses portadora de uma deficiência que se recusa - e bem - a identificar, apetece-me louvar a coragem de todas as pessoas que, como ela, se dispõem a acolher uma criança desconhecida de casa e coração abertos, assim como a amá-la desde o primeiro minuto como se fosse um amor de sempre.

Da mesma forma que me apetece lamentar a lentidão que, ainda hoje, marca os processos de adopção em Portugal - lentidão essa que acaba invariavelmente por roubar um tempo inestimável e insubstituível a estas famílias. E a obsessão generalizada por crianças perfeitas, saídas directamente dos catálogos da Chicco, em detrimento de outras (não tão perfeitas mas tão ou mais merecedoras), que acabam votadas a uma vida de abandono por terem tido o azar de nascer com uma cor diferente. Ou de já não serem bebés de colo. Ou de não serem exactamente iguais às outras.

É por tudo isto que aqui deixo o meu elogio a esta (grande) mulher. Que ainda por cima nem sequer explorou a hipótese de ter filhos biológicos. Eu, confesso, nunca teria sido capaz.

6 comentários:

Anónimo disse...

Bonito mas parece tantooooo
a foto do casal cruise com a suri

Mary disse...

Agora que se fala disso... até percebo a comparação! Meeedooooooo, espero que não tenha NADA a ver!

Cookie disse...

Admirável, sem dúvida... mas admitamos que para uns é mais simples que para outros. Ter em casa uma criança "diferente" e dar-lhe qualidade de vida, implica muitas coisas... tempo, dinheiro... para além de um enorme coração, é claro. Mas isso está visto que ela tem!

Floripes Antunes disse...

Mary,
Quando vi esta fotografia pela primeira vez, fiquei a observa-la à vontade 1 hora. Não me canso de a ver, porque a ternura destes Pais é transbordante e fez-me rever cada minuto que eu vivo nesta aventura que já dura há 6 anos (parece que foi ontem!).
A expressão da Katherine Heigl é-me absolutamente familiar, pois vê-se que já nem se lembra como a pequenina nasceu da primeira vez.
Revejo na expressão dela a sensação que tive, desde o primeiro dia, de que os meus filhos estavam traçados na minha história de vida, logo que o que estávamos a viver era um reencontro.
ADORO!!!!!
Que os nossos bebés, mesmo que venham por uma encomenda especial, podem não ser absolutamente "perfeitinhos" é verdade, mas o que interessa, o que vale mesmo é o que estamos dispostos a fazer para que eles possam ser verdadeiramente felizes!
Adorei este post

Cat disse...

Lindo mesmo :)

Vespinha disse...

Admiro sobretudo o facto de ela nunca ter sequer tentado ter filhos biológicos... porque de facto a adopção não deve ser uma segunda escolha.

Talvez, como diz Floripes Antunes, seja acima de tudo um reencontro de pessoas que até aí tinham estado nos sítios errados e nas horas erradas...