
Da mesma forma que me apetece lamentar a lentidão que, ainda hoje, marca os processos de adopção em Portugal - lentidão essa que acaba invariavelmente por roubar um tempo inestimável e insubstituível a estas famílias. E a obsessão generalizada por crianças perfeitas, saídas directamente dos catálogos da Chicco, em detrimento de outras (não tão perfeitas mas tão ou mais merecedoras), que acabam votadas a uma vida de abandono por terem tido o azar de nascer com uma cor diferente. Ou de já não serem bebés de colo. Ou de não serem exactamente iguais às outras.
É por tudo isto que aqui deixo o meu elogio a esta (grande) mulher. Que ainda por cima nem sequer explorou a hipótese de ter filhos biológicos. Eu, confesso, nunca teria sido capaz.